quinta-feira, maio 03, 2012

Pingo amargo


Se duvidas havia que a mentalidade de muitos portugueses é curta e tacanha, os acontecimentos de ontem do Pingo Doce, serviram para deixar esse facto por demais evidente!

O que aconteceu ontem foi uma aberração social. Uma demonstração clara do quão alienadas as pessoas estão. De como os seus pensamentos são unidireccionais e auto-centrados. 

E não me venham com a história de que as pessoas precisam de comer! Porque a maioria de produtos que esgotaram não foram os alimentares. Alem do mais, conheço muito boa gente que foi lá que está bem melhor (financeiramente note-se) que eu na vida.

Os acontecimentos de ontem estão carregados de simbolismo. Carregados de significado e efeitos indiretos. Mas certamente que quem foi ontem para o Pingo Doce não se apercebe disso, nem tão pouco está interessado.

Eu explico então… O Pingo Doce pertencente ao grupo Jerónimo Martins está tão preocupado com as pessoas como os toureiros estão com os touros. Não se tratou de nenhum acto de caridade aquilo que eles fizeram. O facto de ter sido realizado no dia do trabalhador foi uma jogada muito baixa. Para quem não sabe, os trabalhadores de hipermercados só têm (tinham) como feriados adquiridos o 1º de Maio, o Natal e o Ano Novo. Parece que graças à desconsideração e falta de solidariedade das pessoas que ontem foram ao Pingo Doce o 1º de Maio deixará de ser assim tão adquirido para estes trabalhadores. As/Os trabalhadoras/es do grupo, são dos mais mal pagos de todas as grandes redes de hipermercados. Têm sido sujeitos a todo o tipo de abusos. E o seu patrão usa uma sede na Holanda para fugir aos impostos!

Mas a principal mensagem que o Pingo Doce nos deixou ontem foi outra… Foi que nos têm nas mãos! Têm-nos agarrados pelos tomates e bem firmemente. Todos os ricaços… Jerónimo Martins e afins e tudo o que esta escumalha representa, DOMINAM todos aqueles que ontem lá foram. São todos uns dominados. Uns mansos, uns tapados. Abdicaram de pelo menos 3 horas da vossa vida, para obter uma dúzia de coisas. Sendo que meia dúzia não vos faz falta!  Falharam principalmente a longo prazo. E taparam o sol com a peneira. É o dia do trabalhador! Não é o dia de ir às compras.

Pois bem… Continuem assim. Encham os bolsos deles. Paguem os impostos que deviam ser pagos por eles. Sejam (in) felizes a consumir e a encher ainda mais os bolsos deles.
Para terminar, faço-vos uma previsão de graça qual Nostradamus. A sofreguidão que se viu ontem foi só o começo. A pobreza será cada vez mais uma realidade e esta bosta vai toda colapsar. Porque as pessoas estão cegas. Estão demasiado focadas no seu próprio umbigo. Espero que tenham gostado do vislumbre do que será o futuro. E que percebam que ter ido ontem ao Pingo Doce foi só mais um pequenino passo de bébé na direcção da miséria…

quinta-feira, novembro 24, 2011

Os fura greves

A greve é um fenómeno social muito interessante! Por tudo o que sabemos e porque permite saber perfeitamente o tipo de pessoas com que convivemos.

Existem duas opções. Ou se fura (a greve) ou não se fura. E eis os meus pensamentos relativamente a quem infelizmente decidiu ir trabalhar hoje:

Quem foi trabalhar ou é rico, ou é burro, ou é cobarde, ou é egoísta ou então (os únicos com uma justificação plausível) são obrigados.Passo a justificar cada um dos rótulos:

Ricos – Obviamente que quem está bem na vida, não tem razão para fazer greve. Não se apercebe das dificuldades dos outros, ou se se apercebe não se importa. Consequentemente, são também egoístas.

Burros – dentro deste grupo entram as pessoas que não ligam a politica, que não sabem sequer o que é uma greve e para que serve. Não conhecem os seus direitos. Pessoas que pensam que quem faz greve é preguiçoso. Pessoas que vivem em constantes dificuldades financeiras e que afirmam que precisam do dinheiro deste dia de trabalho/greve. Estes últimos então aborrecem-me por demais. São pessoas que se apercebem das dificuldades em que vivem, mas que não abdicam de um dia de trabalho para lutar por uma vida melhor. Têm vista curta. Não abarcam a situação na sua abrangência. Vivem mal e querem continuar a viver mal para não perderem os 5 tostões de um dia de trabalho. São também aquelas pessoas que pensam que o país não está para greves. Que ainda acreditam na inevitabilidade da austeridade para curar a crise. Que pensam que sendo escravizados e chulados é que se está a ajudar o país…
Cobarde – Pessoas que têm medo de represálias pelo facto de fazerem greve. A greve é um direito! Defendido por lei. Quem vive com medo, acaba por não viver.

Egoístas – Arrisco-me a dizer que esta característica é abrangente. Quem fura a greve, está a tirar força à mesma. Está a atenuar o efeito que esta deverá ter sobre quem governa. Está a pensar unicamente no seu umbigo e no seu ordenado. Está a desunir a população. E unidos temos todos mais força. 

Em jeito de conclusão, resta-me dar os parabéns a todas as pessoas que hoje não foram trabalhar. São pessoas íntegras, informadas, assertivas. São as únicas pessoas capazes de mudar este mundo para melhor.

Os restantes não se ofendam, ainda vão a tempo de abrir os olhos…

segunda-feira, outubro 17, 2011

A solução?



Está a ser negociado o perdão de parte da dívida grega ...

Mas então? Pensei que não havia alternativa... Afinal… Será que andam a enganar-nos?

A divida devia ser perdoada na totalidade. À Grécia, a Portugal, à Irlanda e a todos os países! Aí está uma boa solução… Nem é a minha preferida, mas garanto que resulta. Melhor dizendo, a dívida não devia ser perdoada… Devia ser ignorada… esquecida… O que é que de mal nos iria acontecer? Um por cento da população mundial ficaria menos rica! Não é pobre… é apenas menos rica…

Esta malfadada dívida está contraída por estados inteiros a pessoas particulares… É esta a maior aberração da coisa e aquilo que ninguém percebe. Os interesses milionários e excêntricos de meia dúzia de pessoas, num mundo funcional nunca seriam colocados à frente dos bens essenciais de milhões de pessoas. (Por essenciais pasme-se, refiro-me a comida, água, educação, saúde, enfim… essas coisinhas que hoje em dia parecem não ter valor nenhum).

Posto isto, porque raio é que ainda tanta gente tenta fazer disto uma luta politica… Isto não se trata de direita nem de esquerda… nem de saber se a culpa é do Passos ou do Sócrates (é somente na minha modesta opinião a discussão mais inútil e obsoleta que se pode ter sobre politica nos dias de hoje). O cerne da questão aqui é afastar o dinheiro da esfera política. A política não pode ter nada a ver com os mercados financeiros, porque enquanto assim for, os políticos serão uns vendidos ao capital financeiro e o povo será o bombo da festa. Há anos atrás lutou-se pela laicização do estado. Agora o que se pretende é uma separação entre os mercados e a politica. Ou por outras palavras, entre os interesses sociais da totalidade da população e os interesses individuais de meia dúzia de pessoas abastadas que não sabem em que iate hão-de gastar o dinheiro.

Os juros são de tal maneira imorais, que eles limitam-se a transformar juros já pagos, em abatimento de divida. Mesmo assim, ainda vão ganhar muito! Perdoar a dívida aos gregos? Nada disso… devolver aos gregos aquilo que lhes roubaram! Não há perdão algum. 

O ridículo da coisa é que os bancos estão a ver o colapso eminente, o que também não lhes interessa. Querem é um pais sempre moribundo mais ainda disposto a produzir riqueza para eles. Não podemos esperar que nos perdoem nada… Pois só perdoarão quando estivermos na sarjeta. 

As coisas estão invertidas… Eles é que têm que nos pedir perdão…

domingo, setembro 11, 2011

Terroristas

Os terroristas são outros...

sexta-feira, setembro 09, 2011

Ideia idiota?


Os mais de 20 biliões de euros pagos em resgates bancários desde 2007 por todos nós, seriam mais do que suficientes para modificar a infraestrutura global de energia para métodos de produção totalmente renováveis. Em vez de ser canalizada para uma série de instituições (bancos) que não fazem literalmente nada para ajudar a sociedade… Instituições que se desaparecessem amanhã, ninguem daria por isso…


quinta-feira, julho 28, 2011

Não é normal

Não é normal
Oiçam meus paspalhões. Otários, tapados, zarolhos, conformados, ovelhas… Desculpem os insultos mas quero ser bem directo e chamar à atenção. Este país (mundo) está completamente corrompido, desfigurado, estragado, adulterado, deformado, deturpado. E vocês limitam-se a sorrir e olhar para o lado. Este país que todos temos orgulho em defender (vá se lá entender porquê). Tem os valores morais, éticos e sociais todos invertidos.

O que estou prestes a escrever é por demais evidente. E isto está enraizado de tal forma na mentalidade das pessoas que estas agem como se fosse normal…

Porque é normal existirem dividas. É normal existirem pessoas que devem dinheiro às outras. E o que é justo é pagar as dividas… é normal! E é normal e justo, se pedirmos emprestado o dinheiro a alguém, que esta pessoa nos peça juros pelo inconveniente que foi ter ficado temporariamente sem o seu dinheiro… enfim, nada mais banal… e o que acontece é que esta mentalidade é utilizada não apenas com pessoas. É extrapolada para instituições abstractas que não são nada. São apenas criações humanas. Nadas como o estado e como bancos…
 Esta mentalidade está implícita de forma indirecta mas extremamente efectiva na mentalidade da população. Se o Estado deve, tem de pagar o que deve. E como pediu dinheiro emprestado, deve pagar os juros… Parece-me justo, não é? E perfeitamente legal!  Não é nenhum crime emprestar dinheiro! Nem exigi-lo de volta! Então o que está mal aqui?
O que está mal é a dormência que há nestes carneirinhos que proliferam por aí. Toda a informação que vos é imposta diariamente quase 24 horas por dia, NÃO É normal! Não é normal!!!!! Não é normal que um país perca a soberania devido a uma divida. Não é normal que a riqueza esteja a ser transferida da quase totalidade da população, para as mãos de meia dúzia. Não é normal que os interesses privados de pouco mais de uma dúzia de indivíduos se sobreponham e prejudiquem bens essenciais e inalienáveis à cidadania e humanidade. Não é normal, que para que uma divida seja saldada, milhões de pessoas tenham que ser prejudicados na sua saúde, educação, transporte, alimentação, bem-estar e liberdade. Não é normal um país inteiro subjugar-se a apenas algumas pessoas. Já não estamos a pagar, ou trabalhar para sobreviver ou para melhorar as condições de vida. Estamos a trabalhar para enriquecer quem já é podre de rico. O dinheiro e trabalho que estamos a investir para sair desta crise (que não existe) não servirá para nada útil nesta sociedade. Não irá promover evolução alguma… Irá apenas acumular em cofres. Riqueza, esforço, trabalho, recursos, todos armazenados em cofres-fortes de meia dúzia de milionários.

É que é apenas uma divida! Se não pagarmos, os credores não vão passar fome por isso! Não é irónico? Eles não vão passar fome! Não vão ter dificuldades! Não vão trabalhar mais, não vão viver pior… Nós vamos! Só para que meia dúzia tenha mais dinheiro e mais poder…

Mas será que ninguém vê que isto não é normal? O que é que andam a fazer? Mexam-se. Façam qualquer coisa, escrevam, discutam, sejam activistas, sindicalizem-se, manifestem-se arranjem um blog, publiquem no facebook, façam o que quiserem ou lá o que costumam fazer, mas revoltem-se. Não se limitem a trabalhar para viver. Façam mais um esforço para melhorar o que está mal. Não olhem para o vosso umbigo unicamente. Esforcem-se por mudar não apenas vocês, mas tudo o que está à vossa volta. Aproveitem enquanto ainda o podem fazer. Pois se isto chega a um nível em que já estas coisas não serão possíveis, então estaremos bem lixados
 Não é normal!

sábado, junho 04, 2011

Eu abstencionista me declaro

Mais irritante para mim do que aqueles que dizem que vão votar num dos partidos do bloco central, é o gigante cliché que é o apelo ao voto e a critica aos abstencionistas. Está quase a tornar-se uma caça às bruxas. E esta porcaria irrita-me solenemente. A abstenção é um direito! Ninguém é obrigado a votar. A abstenção é uma forma legitima de demonstrar o descontentamento para com aquilo que os políticos fazem neste país.

Será que é só a mim que isto faz comichão? Serei mesmo assim tão do contra? Vocês acham mesmo que decidem ou participam em alguma coisa? A vossa mísera participação e contribuição para a sociedade na esfera da política deste país, é um mísero voto de 4 em 4 anos! Um mísero voto para tirar do poder alguém de que não gostam, por outro que não sabem se vão gostar! E passam 4 ricos aninhos a ser enrabados sem vaselina… É que em 4 anos decide-se muita coisa neste país… mas não somos nós que decidimos…

Esta porcaria em que vivemos não é uma democracia! Não escolhi nada do que me é imposto. Não escolhi a união europeia, não escolhi o euro, não escolhi o FMI, não escolhi financiar a banca quando esta esteve em vias de colapso, e acima de tudo, não fui eu nem foram os trabalhadores portugueses os responsáveis por esta crise que só nós é que pagamos.

Votar é ir à caça de gambuzinos. Pior que isso é untar o nosso próprio rabinho com vaselina só para que nos continuem a enrabar  enquanto contam a história da carochinha e do país tão democrático que temos à beira mar plantado. 

Não tenho duvidas que estas eleições estão bem no consciente de todos, devido à situação em que estamos. E ao contrário do que se diz, é precisamente devido a isto que os valores de abstenção deveriam ser os maiores de sempre. Mas infelizmente anda por aí muita gente que não se apercebe disso…
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