quarta-feira, dezembro 29, 2010

Sem medo


Em casa tenho um gato. E esse gato não é feliz. Não é feliz porque tem medo de muita coisa. E tem medo de muita coisa, porque simplesmente não tem capacidades perceptivas suficientes para perceber como as coisas funcionam.

Tem medo de mim, porque estou constantemente a assusta-lo. Tem medo de sair à rua e conviver com outros gatos, porque nunca saiu de casa. Tem medo da minha viola e eu não toco assim tão mal… No fundo o gato não é feliz porque receia e desconhece todas estas coisas. Eu que estou uns degraus acima na escala de percepção relativamente ao gato, sei que nenhum dos medos que ele sente o coloca realmente em perigo. Sei que a viola não faz mal… a rua idem, e eu só assusto o gato porque gosto de pregar sustos.

E no outro dia, apercebi-me que todos nós somos como o gato. Somos infelizes, porque temos medos. Medo de morrer, medo de não sermos bem sucedidos. Medo de sermos rejeitados. Medo de chegar atrasados, medo de ser despedido, medo de ter medo…

Medo
O que (quase) ninguém se apercebe, é que estes medos não têm razão de ser. Nós simplesmente, tal como o meu gato, não conhecemos a abrangência e realidade de tudo o que interage connosco. Mas sinto…tenho quase a certeza, que não há motivos para ter medos. O facto de não sabermos o que é a morte, não implica que tenhamos medo dela. Não há razão para ter medo… viver angustiado e assustado, isso não é viver. Anda alguém a tentar pregar-nos sustos, isso é certo! Agora depende de cada um de nós decidir se queremos ser gatos assustados, ou se queremos ir dar umas voltas à rua…

Livre

1 comentário:

Nanny disse...

Ter medo é quase irracional, quase…

É natural que tenhamos medos, já não é natural que nos deixemos “tolher” pelos medos… ou iremos andar a fugir das guitarras, a evitar dar uma volta na rua, a ter medo dos “donos”… e isso não é, seguramente, viver mas sobreviver…

Beijinhos e um Bom Ano 2011, sem Medos!!! LOL

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